Guardião do Mobral

guardiaodomobral
Venho de uma família tradicional, mas padeci do mal da maior parte da população brasileira : a ausência de adequada educação financeira. Meu pai sempre nos fez dá valor ao dinheiro, mas nunca foi além dos conceitos básicos de gastar menos que se ganha e de se preocupar com o amanhã.

Em 2007 iniciei meus estudos, aventurando-me no mundo dos investimentos. Como criado num perfil conservador, herdei inicialmente a aversão do meu pai aos riscos. Meus estudos até então eram baseados na renda fixa. No ano seguinte vi de perto a crise econômica global e em seguida a recuperação do mercado de ações. Nesta época resolvi reler o livro Pai Rico, Pai Pobre e vi que tinha que mudar alguns conceitos enraizados e a completa ignorância a respeito da renda variável.

No entanto, apenas nos últimos 2 anos aumentei meu foco no mercado e atualmente aloco o dinheiro em ações e FIIs. Estes últimos, inicialmente muito mal distribuídos, foram aos poucos sendo adequados ao meu perfil, ao risco e aos setores. Nunca investi nas empresas X e no campo das ações gosto muito de bancos, elétricas e CCR.

Resolvi criar um blog, e inspirado por um personagem muito carismático e não mais existente da blogosfera de finanças (Zé Mobral), tido como especialistas em small caps, criei este pseudônimo “Guardião do Mobral”.

Minha forma de ver as ações não utiliza uma maneira a meu simplicista de “Buy and Forget”. Acho que a aquisição de boas empresas a bons preços podem nos abrir oportunidades de um futuro trade de valor, permitindo otimizar os ganhos.

Disposto a discutir sobre as empresas da bolsa, conciliar os diversos ativos e reunir a blogosfera de finanças num blog de grande conceito, espero agregar e honra-me participar deste timaço!

18 comentários em “Guardião do Mobral”

  1. Será que é difícil ser investidor no Brasil?

    Bem, por um lado não temos a cultura de investir. Não faz e nunca fez parte do brasileiro. Durante muitos anos cultivou-se a necessidade de poupar, mas então poupar era o mesmo que ter poupança. Nunca se falava em investir.

    Há alguns anos houve o despertar dos pequenos investidores. Agora a ordem não era apenas poupar e sim investir. E claro, como não poderia deixar de ser, as escassas opções de renda fixa, com altas taxas bancárias surgiram como “ótimas” aplicações aos olhos dos leigos brazucas.

    Neste ínterim, surgiram entre outros, o tal do VGBL e o tal do título de capitalização… Não sei a opinião de vocês, mas este último deveria até ser proibido, pois é arma perigosa nas mãos de gerentes de banco inescrupulosos, além do fato que por lei jogo de azar apenas a caixa, através das loterias, poderia fazer! O primeiro é bem estúpido também na minha opinião, mas prefiro não polemizar.

    A bolsa sempre esteve aí, mas era algo inalcançável, distante… quase hollywoodiano! E ela foi aos poucos sendo conhecida. Passamos, como todo mundo passa, por momentos de euforia e de crise. Tal qual no primeiro mundo o movimento de entrada na euforia e saída na crise é intenso, reforçando ainda mais o conceito que na Bolsa mais se perde do que se ganha.

    Aos poucos fizemos todo esse movimento, se não todos, pelo menos a maioria, incluindo este aqui que vos fala! Fomos estudando, vimos que o conceito de entrar na baixa e sair na alta, tão propagado e óbvio, é no entanto difícil, pois é impossível precisar se a queda atingiu o fundo ou se a alta atingiu o pico. Qual seria o limite? Neste aprendizado do dia-a-dia encontramos pessoas referendadas, e que tomam para si a improvável imagem de ser a pessoa certa a se seguir, aquele que conhece como não perder. Faz de seus conceitos óbvios e corretos serem distorcidos a ponto de virarem dogmas. Também esses são importantes! Desde que tenhamos nós o bom senso e sigamos uma estratégia de conforto (distinta para mim ou para você), sem se afastar de alguns conceitos primários, não vamos perder. Talvez um esteja mais disposto ao risco para atingir ganhos fabulosos, outros arriscam menos (famoso : “vai só na boa”), tendo uma estratégia menos audaciosa, menos arriscada, mas que limita o risco.

    Mas isso tudo ocorre também fora do Brasil. Qual a nossa particularidade?

    Somos um país quase que ímpar no mundo : temos empresas fortes, de boa governança e perspectiva, porém vivemos num regime de juros altíssimos. Nossa renda fixa é muito atrativa. Tenho certeza que a maioria dos pequenos investidores europeus se aqui se deparassem iriam abrir mão da renda variável em prol da renda fixa. Em contrapartida sabemos que estamos sempre rodeados do monstro da inflação e do apetite insaciável do governo que vem sob a forma de impostos. Isso que nos impulsiona a arriscar, querendo mais!

    Soma-se a isso algo muito, mas muito problemático e que afasta o investidor externo, aumentando ainda mais para nós brasileiros a despesa. Temos regras mutáveis, regras cujas interpretações também se modificam (vide o recente caso dos FIIs de FIIs) e a pesada mão demagógica do governo, que não pensa no investidor e na sua empresa, ao lançar este ou aquele movimento impositivo, brusco e que muda tudo de repente… Podemos pensar como a Petrobras está sacrificada para manter o preço do combustível sem o reajuste, como as elétricas foram duramente atingidas para “dar uma resposta” ao povo na rua, etc, etc, etc…

    Imagine você, grande investidor, pensando em algum país emergente para colocar seu dinheiro… Teria segurança em aqui investir? Eu certamente não!

    Por essas e outras acho que nós, pequenos investidores brasileiros, somos bem diferenciados. E que possamos nos adaptar a tão inóspito ambiente e melhorar nossos ganhos ainda mais, ao mesmo tempo que demonstramos nossa indignação pelas regras não respeitadas, pelas empresas sacrificadas e pelos impostos que não possuem teto.

    Abraços a todos dessa comunidade!

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  2. Fazendo gestão ativa da carteira…

    Vendi BBAS comprada a 19,xx por valor de 26,xx.
    Motivo : “Realização de lucro” aproveitando os movimentos que me parecem puramente especulativos do mercado, pelo mal desempenho da nossa chefe nas pesquisas. Estou apostando numa futura queda da ação para patamares de pelo menos 21,xx para o final do ano, então até lá optei em render o dinheiro!

    Compras :
    * BRCR11 : ao preço de R$ 120,70
    Motivo = apesar de há muitos meses não comprar FIIs de escritórios, por razões que já expus aqui (mercado desfavorável para tais aluguéis e conjunção de vacâncias crescentes + ofertas crescentes) resolvi investir no BRCR agora pelo seguinte : este é um fundo que foge às comparações dos demais fundos de escritórios. Possui um portfólio gigante, possui uma reserva bilionária para investir, muitos imóveis com reajustes por vir e ao atual preço que comprei gera um yield mensal de 0,84 %.

    * ABEV3 : ao preço de R$ 15,70
    Motivo = esta empresa é tão interessante e próspera que nem me parece tão importante a justificativa. Mas vejo uma empresa de boa governança, de excelentes lucros e que foi penalizada recentemente por impostos criados pelo governo, deixando o mercado desconfiado de algo que parece certo : a empresa possui todas as condições de absorver este absurdo imposto à ela e voltar a crescer no ritmo habitual.

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  3. Compras de março 2014 – primeira quinzena
    Fiel a tática proposta nada de FIIs nesta primeira quinzena. Foco nas ações.

    Estudei natura e Grendene mas não me empolguei com as mesmas. Ainda não.

    Hering é descartada. Pensei bem e vi que apesar de bem administrada a desleal concorrência chinesa pode aniquilar esta concorrente.

    Assim os aportes foram :

    BBAS3 – Ao preço médio de – R$19,01
    CMIG3 – Ao preço médio de – R$ 13,31

    Abraços

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      1. Robocop

        deve ser pela expectativa dos rendimentos, os FIIs costumam subir pouco antes de ficar “ex renda” (vazio, sem) e depois que o pagamento entra na conta o povo sai mexendo na carteira

        vamos ver se “chutei” certo kkk

        On Fri, Mar 14, 2014 at 8:13 AM, Tetzner em Ação! wrote:

        >

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      2. Pois bem, vamos às considerações :

        O mês de fevereiro foi fantástico para a compra dos FIIs em seu nadir. O que quero dizer como nadir é o ponto mais baixo de uma curva. No caso na curva dos FIIs. Obviamente não tenho a pretensão de saber qual o ponto mais baixo do mercado, por isso que me refiro que “momentaneamente” tivemos o nadir para estes ativos.

        Acontece que pouco antes da virada do mês de fevereiro para março, o mercado reagiu com aumento das cotações destes ativos. O problema é que não havia notícias favoráveis para o mercado, ou outra coisa que justificasse a subida. Cheguei a pensar até na insanidade (será?) que quem se fartou de comprar FIIs no final de janeiro e em fevereiro como eu, não iriam vender de jeito nenhum, seja pelo yield fantástico conseguido, seja porque o preço estaria muito abaixo de suas pretensões de ganho num “trade de valor”.

        Assim, como graficamente há uma tendência de baixa nesse mercado para o médio prazo, decidi que voltarei a comprar FIIs quando numa nova baixa, que pode ocorrer ainda no final deste mês, ou no mês de abril quando o mercado “corrigiria” esta alta momentanea. Temos que ficar de olho e para isso o blog do Tetzner de FIIs é fantástico!

        Por um “feeling” estive então focando em ações, com o pensamento de uma possível janela de ofertas nas ações, maior que a de FIIs. Assim, aproveitei a baixa do BB e adquiri também a CMIG, pois uma hora ou outra teremos que injetar dinheiro nessas empresas que foram penalizadas em prol da forma demagógica de condução do país. E parece que isso veio até mais cedo que imaginava, com a ajuda anunciada de mais de 4 bi para essas empresas (saindo do tesouro nacional, é verdade, uma lástima, mas..).

        Espero ter conseguido explicar e gostaria até de ouvir a opinião dos demais investidores.

        Ah, sigo de olho nos FIIs, na última semana do mês vou fuçar todos os ativos desse grupo também!

        Abraços!

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  4. Guardião seja bem vindo e tamo junto e misturado.

    Pelo que estou notando nos resumos dos “jogadores” do times que está sendo formado por aqui, temos a formação na Educação Financeira muito parecida todos com algum medo inicial, famílias conservadores, Renda Fixa como o único ativo conhecido para investir.

    Mas com muito esforço, estudo e persistência estamos mudando tudo isso, criando uma geração com uma consciência financeira mais madura. 😉

    Então parabéns pelo espaço conquistado e espero poder bater um papo bastante descontraído e trocarmos muito conhecimento por aqui.

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