Primeiros Passos

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Meu nome é Ricardo, tenho 31 anos, sou formado em Administração e profissionalmente atuo na área comercial.

Há quase 4 anos iniciei meus investimentos no mercado financeiro, primeiramente com previdência privada, um dos primeiros erros que cometi logo de início: carência, taxa de entrada, saída, administração, imposto de renda e rendimento baixo, fizeram-me procurar mais informações sobre o que de fato era previdência privada.

Foi quando me deparei com o termo Tesouro Direto  e descobri que poderia fazer por mim mesmo o que eu pagava, e caro, para um gestor fazer.

Aprendi então novos termos e novas ferramentas de investimentos tanto na renda fixa quanto na renda variável, alguns deles: Fundos Multimercados (todos os tipos), LCIs, Debêntures, LCAs, Fundos de ações (todos os tipos), Fundos ETFs, Fundos imobiliários, e Ações.

Após passar por todos estes investimentos, exceto Fiis e Ações, comecei a perceber que a fantasia de altos retornos que eram prometidos pelos artigos e textos de gestores e corretoras, não era algo tão simples assim;  comecei a enxergar os riscos nestes investimentos  e aprendi a ponderar sobre eles.

Aprendi naquele momento que deveria diversificar e estudar, para que eu mesmo administrasse qualquer capital que me viesse à mão.

Mesmo assim, ainda entusiasmado com a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, comprei um livro de análise técnica; pronto, lá estava eu, um operador formado e pronto para ficar rico.

Como sempre fui bastante lúcido, entrei com pouco capital para “testar” o que havia recém aprendido; e pronto não é que deu certo!

Os primeiros trades, embora pequenos, começaram a dar resultado, mas espere, eu havia investido X, realizado Y operações, paguei Z de corretagens e no final descobri algo que me tirou o ânimo de ficar rico com trades …

Com o pouco que aprendi lendo um livro, conclui então que meu lucro após abatido os prejuízos e as corretagens não existia, sem contar o risco de perda, após longas tentativas; conclui que no longo prazo, boas escolhas são os melhores amigos do investidor.

Foi então que comecei a estudar sobre análise fundamentalista e até o momento tenho aprimorado minha visão com apoio de excelentes materiais, como o livro Os segredos de um Investidor de Sucesso do Tetzner, e também através do apoio do blog de Fundos imobiliários e Ações, também desenvolvidos por ele.

Continuo a aprender e agora a compartilhar, ou seja busco um aprendizado mútuo.

E é sobre isso que esta página foi desenvolvida, para juntos aprendermos, compartilhar e crescermos neste tão cativante mundo do investimento em ações.

Fique a vontade para expor seu conhecimento, perguntar, compartilhar e ensinar.

Glossário:  (contribuição do amigo Fabiano)

–  Lucro líquido é o valor que fica depois de deduzidos os custos e as despesas das receitas (de vendas ou serviços) e abatido os respectivos impostos (IR e CSSL). Desse resultado, costuma-se distribuir um percentual aos acionistas na forma de dividendos e/ou podem reinvestir na própria empresa. Exemplo simples: se comprei uma mercadoria por $100, vendi por $120, então, obtive um lucro de $20.

Lucro Líquido recorrente são aqueles lucros que surgem dentro do usual da empresa.  Recorrente vem de recorrer, ocorrer novamente, tornar a aparecer depois de haver desaparecido; isso ocorre porque os eventos que impactam o lucro podem se repetir no futuro, até com frequência. Exemplo de eventos que impactaram o lucro de empresas: Venda de ações da Visanet pelo Bradesco, venda de parte da empresa (venda da Namisa pela CSN). À este evento pontual, dá-se o nome de Não-Recorrente, pois a venda da empresa não acontecerá novamente no próximo balanço.

118 comentários em “Primeiros Passos”

  1. Olá pessoal! Tudo bem com vcs?
    Estou vindo do blog de FIIs que foi por onde comecei a investir por conta própria.

    Com o atual cenário econômico brasileiro, estou procurando um método de investimento em ações que passe longe do emocional, por exemplo, algum tipo de cálculo que indique uma decisão.

    Li alguma coisa sobre análise gráfica, mas achei difícil de aprender por conta própria, alguém indicaria algum curso para isso?

    Outra coisa que encontrei foi a Magic Formula (Joel Greenblatt), imagino que vcs devem conhecer.
    Pareceu-me extremamente simples e sem nenhum emocional.

    As perguntas são:
    Pode ser verdade que algo tão simples funcione num mercado como o brasileiro?
    Essa fórmula é parecida com a que o Tetzner usava quando divulgava o ranking dos FIIs?
    Conhecem algum caso de alguém que a utilizou e teve sucesso?
    Acha viável utilizá-la aqui no Brasil ou é mais recomendado utilizá-la em economias mais estáveis como nos EUA?
    Um abraço!

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    1. Fala Fernando, seja bem vindo!

      De cara sugiro ignorar estudos americanos, não se aplicam a nossa Bolsa. Nossas ações são muito novas e poucas, temos umas 10 ações consideradas sólidas e elas mudam todo ano, além de histórico bem recente e transparência zero na maioria.
      Sou praticante da análise fundamentalista de estudar balanços e demonstrativos, como se estivesse comprando uma empresa, aliado a isso uso a análise gráfica para entender os pontos de entrada e saída, não sou buy & holder, um dia sonhei em ser e ai lembrei que era brasileiro e acordei pra realidade, muitos vão discordar disso e tem o seu direito, devo lembrar que Petrobras, Vale, OGX, PDG e outras empresas péssimas, um dia foram recomendadas por vários analistas e ditas como ações para aposentadoria, por isso sempre cuidado, renda variável, como esquecem, varia.
      Recomendo os cursos da própria BM&FBovespa que são gratuitos e o livro O Investidor Inteligente, Benjamin Graham.
      Minha estratégia hoje é muito distinta de quando comecei, por isso não recomendo utilizar, cada um precisa amadurecer a sua estratégia e mente como investidor.

      Boa sorte nos estudos, abraços!

      Curtido por 2 pessoas

    2. Fernando

      Não conheço essa formula, mas investir por conta própria em ações precisa de um tempo de estudo. Conhecer os indicadores fundamentalistas, o modelo de negócio, suas perspectivas futuras diante do cenário macro.

      Depois desse estudo, vc conseguirá identificar as excelentes empresas, com lucros crescentes, divida e caixas equilibrados.

      E por último, depois de tanto estudo e dedicação vc pode comparar o seu resultado com a de gestores profissionais.

      No meu caso, percebi que esses gestores tem estratégias de hedge e alocação macro, conseguindo preservar o capital algo muito importante e negligenciado por mim.
      Por isso ,além da carteira própria seria interessante vc também dividir a sua alocação em um fundo de investimento em ações e se beneficiar de uma equipe profissional com vasta experiencia e que apresentam as mais diversas estrategias e resultados comprovados, muito além de apenas comprar boas empresas .

      Curtido por 4 pessoas

    3. Fernando, ao contrário de muitos, eu procuro ler algo do mercado americano, muito embora sabendo que nem tudo parece ser possível replicar no mercado brasileiro. Mas, acredito que seja uma bom aprendizado, ao menos cultural.

      Especificamente, não conheço a fórmula citada, mas além dessa existem centenas de outras fórmulas. Honestamente, abandonei todas elas. Prefiro jogar futebol.

      Antes de começar, importante conhecer os indicadores fundamentalistas. Mas, também é importante conhecer o negócio, saber o produto/serviço do qual virá o lucro da companhia. Também é importante se identificar com a administração da companhia, pois, em tese, é ela quem guia o resultado do negócio.

      Meus principais indicadores são o lucro e a dívida. Companhia que dá prejuízo ou em fase operacional nem olho. Além disso, a companhia precisa distribuir uma parte dos lucros aos acionistas, ainda que pequena, pois invisto em ações não para lucrar na compra e venda da ação, mas para ter uma fonte de renda. No mais, se a empresa lucra e consegue distribuir sem prejudicar o seu crescimento, isso é um bom indicador.

      Não estou dizendo para investir em empresas de dividendos. Não, absolutamente não. Precisa investir em empresa que dá lucro. Quando digo que a empresa precisa distribuir algo aos acionistas é porque sem distribuição, você fica apenas na expectativa do crescimento, que pode não ocorrer. Mas, isso é bem pessoal.

      Outro ponto fundamental: só coloco em ações o dinheiro que, literalmente, posso perder. Além disso, diversifico por empresas, mas também tendo a premissa de quando perder. Ex.: imagine que tenho R$ 10.000,00 para alocar em ações; embora admita perder tudo, não quero perder tudo de uma vez, então compro a quantidade de ativos que possa me deixar tranquilo, compro, pois, dois papéis, de R$ 5.000,00 cada um. Os números são fictícios. O bolso é seu.

      Outra coisa é o custo de alocação e manutenção da carteira. Ele não pode superar 0,5% do capital investido. Ex.: corretagem R$ 10,00. Logo, a ordem de compra precisa ser de no minimo R$ 2.000,00. Isso me força a fazer aportes pequenos, pois se tenho R$ 5.000,00, posso fazer duas compras no mês e guardar o restante para o mês seguinte, sem pressa. Números fictícios. O bolso e o estômago são seus.

      O preço de compra, sem dúvidas, é um fator relevante, mas de difícil previsão. Então, acabo comprando um pouquinho todo mês e no fracionário.

      Investir em ações não é difícil. Mas, todo mundo faz um drama, talvez por não compreender, talvez para vender os famosos produtos educacionais.

      Veja como é simples investir: a) você tem uma reserva financeira; b) entende que se ela for zerada, isso não vai fazer falta; c) entende que uma empresa precisa rentabilizar mais que o CDI, ao menos em tese isso deveria ocorrer, embora efetivamente não ocorra no Brasil, a depender do período de apuração; d) quer participar dos lucros das empresas, pois se superar o CDI, você estará lá; e) tomada a decisão, você escolhe uma empresa que dá lucro e que não tem ou tem dívida equilibrada; f) lança a ordem pelo preço que você entende adequado; g) quanto ao preço, se todos soubessem o preço ideal, acho que não teríamos negócios, pois os compradores achariam caro e os vendedores baratos; h) então, eu esqueço o preço; i) comprada a ação, vai fazer o que gosta (ler, viajar etc); j) pega os lucros distribuídos e reinveste ou, se necessário, compra um carro novo ou um cafezinho; k) empresa deu prejuízo, procura entender o que houve; l) compreendido, decide se vende, com ou sem ganho de capital, ou mantém a posição.

      Por último, isso também é controverso, esquece rentabilidade. O que importa é se a empresa dá lucro e se o lucro é sustentável, ou seja, é fruto do negócio e não de uma maracutaia qualquer. Em tese, a cotação e, por consequência, a rentabilidade, acompanha o lucro.

      Você pode ganhar dinheiro comprando e vendendo ações, mas aqui já é outra praia que não indico a ninguém, muito embora, eventualmente, faça os meus trades, mas sempre com rigoroso controle de risco.

      Bem vindo ao bando de loucos que acredita no mercado acionário brasileiro.

      Em tempo, não sou corintiano. Até porque, se fosse, não teria dinheiro….kkkk brincadeira…kkkk

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    4. Pessoal…queira agradecer muito as informações…vcs são demais!
      A minha idéia é ter uma carteira que se renove de tempos em tempos e este método do Greenblatt prevê esse giro (um giro anual apenas baseado numa avaliação de valor). Eu não acredito que uma empresa aqui no Brasil possa fornecer lucros consistentes a longo prazo a ponto de eu confiar uma grande quantidade de capital a ela (mesmo que o governo mude). Por isso a fórmula se encaixou perfeitamente com o que eu procurava. Vou continuar estudando o que esta fórmula propõe e posto aqui os resultados.

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  2. Oi Ricardo, você poderia me informar melhor sobre o Day Trade e a alavancagem, pois ouvir falar dos multiplicadores que cada ação tem, por ex a VALE tem um multiplicador 15x o lucro obtido na venda da ação antes do fechamento. Pode ser apenas especulação, até porque sou leiga nesse assunto… Aguardo respostas

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    1. Gabriella

      vamos lá:
      daytrade é coisa para gente mais experiente no mercado e o jeito mais rápido de tirar do jogo quem está começando

      alavancagem idem, pois te concede algo que você não tem para usar sem saber como; mas enfim, com propósito didático vamos em frente

      eu não consegui correlacionar esse multiplicador, se puder trazer um exemplo talvez consiga ser mais preciso; imagino que seja o quanto de margem te dão para operar

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  3. Ricardo, acabei de ler o seu artigo na revista tetzner: investir em ações ou abrir um próprio negócio? Excelente artigo e não sei se a motivação foi uma pergunta minha aqui no blog. De qualquer forma, acho que essa é uma dúvida recorrente.

    Na minha modesta opinião, estou concluindo que o investimento em ações no Brasil é pequeno em razão da desinformacao praticada pela mídia e alguns agentes de mercado. As pessoas investem em ações não com o pensamento de empresário, mas com o pensamento de poupança tradicional, por isso a preocupação com o preço e os dividendos.

    A cada dia concluo que de fato o preço e a história de empresas boas pagadoras de dividendos são irrelevantes no longo prazo. O meu pensamento é o seguinte: se eu fosse milionário, compraria esta ou aquela empresa? Se a resposta for positiva, e como não sou milionário, qual o problema em comprar um pequena parte? Outro pensamento: fosse dono de uma empresa, eu torraria 100% do lucro ou recolocaria parte desse lucro na empresa?

    Compreendendo essas questões, percebemos que investir em ações não é tão complicado. Todavia, é preciso estudar para conhecer um pouco de negócio. Afinal, fossemos abrir ou comprar uma padaria, não faríamos o mesmo?

    No mais, parabéns pelo artigo e obrigado por compartilhar o seu conhecimento.

    Tetzner, muito obrigado pela cortesia. Infelizmente, por conta da minha atividade profissional, não contribuo tanto quanto deveria com o blog. Você está fazendo história com o seu trabalho e dos demais colaboradores.

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    1. Carlospmlg, desculpe só responder agora, quinta e sexta muito trabalho, só tive tempo de responder a um único e-mail, final de semana agitado organizando o que ficou para trás e a segunda feira continua agitada. Muito obrigado pelas considerações, fico muito satisfeito por ter gostado do artigo e ainda mais por ter postado sua opinião neste espaço. Posso concluir sua resposta e definir tudo em um único pensamento, todo e qualquer investimento depende da familiaridade que o investidor tem com este investimento e a vontade que ele tem de conhecer onde está aplicando seu dinheiro. Acho que você tem bem definido em mente o que é preciso para ser investidor, conhecimento, e quanto mais melhor.

      Alguém mais leu o artigo, e gostaria de comentar?

      Abraço a todos.

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  4. Oi Ricardo, estive estudando os fundamentos das empresas e gostaria que vc me tirasse uma duvida.

    Existem algumas empresas que a divida bruta é 0 e a divida liquida é negativo. Daí o indicador divida bruta/patrimônio não é apresentado. Exemplo disso: PSSA3, LPSB3 e MPLU3.

    Vc pode me explicar como devemos fazer para saber esse indicador nesses ativos que exemplifiquei?

    Outra duvida tb, estive estudando o histórico de dividendos da ABEV3 e vi que desde 2005 eles não pagam dividendos (payout zero) e agora em 2014 pagaram dividendos. Isso foi um caso isolado ou eles vão começar a distribuir dividendos regularmente? Como saber essa informação?

    Desde já agradeço a sua gentileza.

    Abçs

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    1. cwhitesox, desculpe a demora para responder, não sei o porque mas não vi seu post. Essa vou repassar para os demais colegas me auxiliarem a responder, pra mim, você deve utilizar a mesma equação, a forma de analisar deve mudar (ajuda eu Tetzner).

      Com relação a segunda pergunta, sugiro você consultar o RI da empresa.

      Abraço.

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